A hepatite autoimune é uma doença na qual o sistema de defesa do
organismo ataca indevidamente as células do próprio fígado,
levando à sua inflamação.
Os pesquisadores acham que pode haver a influência de um fator
genético predispondo algumas pessoas a ter doenças autoimunes.
Cerca de 70% dos indivíduos afetados pela doença são mulheres, a
maioria entre os 15 e os 40 anos de idade. É comum portadores
apresentarem outras doenças autoimunes como tireoidites e doenças
reumatológicas, por exemplo.
Um dos trabalhos do sistema imune é de proteger o organismo de
vírus, bactérias e outros microrganismos.
Normalmente, o sistema imune não reage contra as células
constituintes do próprio corpo. Entretanto, às vezes ele
erroneamente agride as células que deveria proteger.
Esta agressão é chamada de autoimunidade, e pode ocorrer
contra várias estruturas do organismo. Os cientistas especulam
que certas bactérias, vírus, toxinas e drogas desencadeiam uma
resposta autoimune em pessoas que são geneticamente
predispostas.
A doença muitas vezes é assintomática. Nas pessoas sintomáticas, a fadiga é provavelmente o sintoma mais comum. Outros sinais e sintomas incluem:
Pessoas em estágios mais avançados da doença podem apresentar
problemas como acúmulo de líquido dentro do abdome (ascite) ou
confusão mental. As mulheres podem ter irregularidades
menstruais.
Os sintomas da doença variam de discretos a intensos. Como o
quadro clínico não é específico – hepatites por outras causas,
por exemplo por vírus ou medicamentos, podem se apresentar de
forma semelhante – exames são necessários para o diagnóstico
preciso.
Seu médico chegará ao diagnóstico baseado nos dados clínicos,
exames de sangue e biópsia hepática.
Exames de Sangue: Exames de rotina como enzimas hepáticas
revelarão um padrão típico de inflamação no fígado, porém
exames mais detalhados são necessários para diagnosticar
hepatite autoimune.
Na hepatite autoimune, o sistema imune produz anticorpos
antinucleares (FAN), anticorpos contra músculo liso (AML) e
anticorpos contra microssomos do fígado e rim (A-LKM), entre
outros. O padrão e nível destes anticorpos ajuda a
diagnosticar a doença.
O padrão e nível destes anticorpos ajuda a diagnosticar a
doença.
Os exames de sangue também ajudam a distinguir a hepatite
autoimune de hepatites virais (A, B e C) e de doenças
metabólicas.
Biópsia hepática: Uma pequena amostra de seu fígado, examinada
sob microscopia, ajudará o médico a diagnosticar com precisão
a hepatite autoimune e trará dados sobre a atividade e
prognóstico da doença.
Com o tratamento adequado, a hepatite geralmente pode ser
controlada. De fato, estudos recentes mostram que a resposta
sustentada ao tratamento não apenas evita que a doença piore,
mas também reverte parte do dano já causado ao fígado.
O tratamento é constituído basicamente por medicamentos que
suprimem (“freiam”) o sistema imune. Isto é feito com doses
diárias de um corticóide chamado prednisona. O médico
geralmente inicia com uma dose alta (40 a 60 mg por dia) e
paulatinamente diminui a dose à medida que a doença vai sendo
controlada. O objetivo é encontrar a menor dose possível para
manter a doença sob controle.
Outro medicamento, a azatioprina, é usado para o tratamento.
Como a prednisona, a azatioprina suprime a ação do sistema
imune, diminuindo assim a agressão ao fígado. Ela torna
possível o uso de doses menores de prednisona, reduzindo desta
forma seus efeitos colaterais.
O tratamento é de longo prazo, e uma avaliação cuidados é
feita periodicamente para atestar a efetividade do tratamento
e sua segurança, além de definir o momento para um eventual
tentativa de retirada da medicação.
O padrão e nível destes anticorpos ajuda a diagnosticar a
doença.
Tanto a prednisona quanto a azatioprina podem ter efeitos colaterais. Já que o uso contínuo de prednisona é necessário para controlar a hepatite, se torna muito importante manejar seus efeitos colaterais. Estes efeitos costumam aparecer se doses elevadas do corticóide são necessárias, e após um certo tempo do início de seu uso.
A azatioprina pode diminuir a contagem de leucócitos (células
brancas do sangue) e, às vezes, causar náuseas e diminuição do
apetite. Efeitos mais raros são alergias, dano hepático e
pancreatite.
As pessoas que não respondem ao tratamento padrão ou que têm
efeitos colaterais intoleráveis podem se beneficiar de outros
agentes imunossupressores, como o micofenolato ou a
ciclosporina. Pessoas que evoluem para doença hepática
avançada (insuficiência hepática) podem precisar de
transplante hepático.
A hepatite autoimune é uma doença crônica em que o sistema
imune do próprio organismo ataca as células do fígado. A
doença é diagnosticada usando exames de sangue e biópsia
hepática.
Com o tratamento adequado, a doença geralmente é controlada. O
tratamento se baseia na supressão do sistema imune.